Com cerca de R$ 120 milhões em faturamento em 2023, a Fazenda Leitíssimo se destaca como exemplo por uma série de aspectos-chave que refletem sua abordagem na produção de leite e na preservação do meio ambiente
Fundada em 2002 por David e Simon Wallace, produtores de leite da Nova Zelândia, a Fazenda Leitíssimo (Fazenda Leite Verde Agropecuaria Ltda – Leitíssimo), situada no município de Jaborandi, no oeste da Bahia, é um exemplo de notável sucesso na produção de leite no Brasil.
Com cerca de R$ 120 milhões em faturamento em 2023, a Leitíssimo possui um modelo verticalizado de produção, com um rebanho de 6 mil cabeças de gado. A companhia cresceu, em média, 20% ao ano nos últimos cinco anos.
David e Simon Wallace, pai e filho, decidiram embarcar em uma jornada rumo ao Brasil em busca de oportunidades na pecuária leiteira. Originários da Nova Zelândia, uma nação reconhecida por sua excelência na produção de leite, os Wallace desejavam estabelecer uma operação de alta qualidade em terras brasileiras, aproveitando a genética adaptada ao clima tropical e ideal para cruzamentos com touros neozelandeses.
Após uma busca por terras adequadas e condições propícias para o desenvolvimento de seu projeto, em 2002 os Wallace decidiram que a Fazenda Leitíssimo seria erguida em Jaborandi, Bahia. Com o passar dos anos, a fazenda cresceu e se consolidou como uma das principais na produção de leite no Brasil. Desde a primeira comercialização de leite em 2004, até a expansão da fábrica de leite UHT em 2013, a fazenda continuou a inovar e aprimorar suas práticas.
Sistemas de produção
O sistema adotado pela Leitíssimo é uma síntese de práticas modernas e adaptadas ao clima tropical brasileiro. Um dos aspectos distintivos desse sistema é a ênfase na produção a pasto, que não apenas reduz os custos de alimentação, mas também promove a saúde e o bem-estar do gado. Os mais de 336 hectares dedicados ao pastoreio oferecem um ambiente naturalmente rico em nutrientes, permitindo que o gado se alimente de forma mais saudável e sustentável. Isso não só beneficia os animais, mas também contribui para a qualidade do leite produzido.
Além disso, a fazenda investiu em tecnologias de manejo de pastagens, como sistemas de irrigação e a utilização de híbridos de pastagens adaptados ao clima local. Essas práticas garantem uma oferta constante de forragem de alta qualidade, mesmo durante períodos de estiagem ou condições climáticas adversas. Ao combinar tradição e inovação, a propriedade conseguiu estabelecer um sistema de produção que maximiza a eficiência, a produtividade e a sustentabilidade, tornando-se referência no setor leiteiro brasileiro.
Tamanho e produção
Com mais de 2400 vacas em lactação e uma produção diária média de 31.596 litros de leite (dados de 2023), a firma opera em uma escala significativa. Segundo os dados do ranking do TOP 100 maiores produtores de leite da MilkPoint, a propriedade subiu para a 27ª posição em 2024, avançando seis posições em relação ao levantamento de 2023. A produção comercializada alcançou o patamar de 11.532.444 de litros de leite em 2023.
Diversidade de produtos
A Leitíssimo se destaca também pela diversificação de seus produtos lácteos. Além do leite in natura, a fazenda produz uma variedade de laticínios, incluindo queijos, iogurtes e manteiga. A marca tornou-se sinônimo de confiança e excelência no mercado de laticínios, conquistando uma base fiel de clientes no Brasil.
Enquanto laticínios tradicionais enfrentam a competição do leite em pó importado, o laticínio comandado por Simon Wallace está em um nicho diferente, pouco sensível à renda. “Nossa marca traz uma qualidade e experiência do consumidor que nos coloca quase dentro de outro segmento. Não estamos em commodity”, contou Wallace ao site The Agribiz. Segundo ele, a Leitíssimo chega ao varejo com um prêmio da ordem de 60% sobre o leite longa vida convencional. Com isso, as margens também são maiores.
Fonte: Compre Rural (adaptado) / Foto: site Leitíssimo