Alguns municípios catarinenses podem ter de 100 a 200 milímetros de chuva, enquanto, em cidades gaúchas, a instabilidade só deve dar trégua no fim de semana
As intensas chuvas que atingem mais de 100 cidades no Rio Grande do Sul devem persistir até o fim da semana e ameaçam se estender até Santa Catarina. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de acumulados de 60 a 100 milímetros em algumas regiões, com a manutenção de “alerta laranja”.
A Climatempo, alerta para a possibilidade de chuvas intensas e volumosas, acompanhadas de tempestades elétricas, rajadas de vento e eventual queda de granizo, especialmente em municípios como Chapecó e São Miguel do Oeste, em Santa Catarina. Até esta sexta-feira (3/5), algumas regiões de Santa Catarina devem ter acumulados de 150 a 200 milímetros.
No Rio Grande do Sul, a expectativa do Inmet é que as chuvas diminuam apenas no fim de semana. Até agora, mais de 19.000 pessoas foram afetas, ainda não há um levantamento da dimensão do impacto causado nas lavouras e produção de leite.
Os temporais provocaram danos e prejuízos a lavouras, principalmente de soja e arroz. O trabalho de colheita tem sido interrompido por causa do excesso de umidade, que pode prejudicar também a qualidade dos grãos.
Na pecuária leiteira, as chuvas intensas e os alagamentos estão comprometendo as pastagens, enquanto os danos nas estradas e pontes dificultam a logística. Estradas e pontes danificadas, deslizamentos de terra e o alagamento causando isolamento de algumas propriedade dificultam a captação. A falta de energia também pode ser um problema para as áreas afetadas.
Laticínios e cooperativas, contatados pelo MilkPoint, estão preocupados com as regiões afetadas pelas chuvas, onde há captação de leite. Se as chuvas persistirem, eles acreditam que haverão impactos significativos nos volumes captados, nessas regiões.
Andrea Mendes, meteorologista do Inmet, alerta que as chuvas persistirão com maior intensidade até sexta-feira, (3/5). “Amanhã será um dia com muita chuva e intensa, devido à aproximação de uma frente fria associada a cavados, que são áreas alongadas de baixa pressão, ou mesmo linhas de instabilidade, que favorecerão a manutenção desse padrão de chuva forte.”
De acordo com a MetSul Meteorologia, um fenômeno conhecido como “Rio Atmosférico” ajuda a agravar a situação. Os “Rios” são regiões longas e concentradas que transportam o ar úmido dos trópicos para as áreas de latitudes mais elevadas. E, combinado com ventos de alta velocidade, por produzir chuvas fortes ou até neve a depender da região. A MetSul alerta para a ocorrência de mais enchentes.
Andrea Mendes, do Instituto Nacional de Meteorologia, avalia que a chuvas no Estado tendem a diminuir apenas no sábado. Mas alerta que alguns pontos devem ser afetados. “Isso está relacionado à questão de saturação do solo e riscos de transbordamento, como estamos observando”, afirma.
No ano passado, a região Sul do país também sofreu com eventos meteorológicos. Segundo Mendes, esses fenômenos continuam atuando na região e devem durar até o final de maio, quando o país entra numa fase “neutra”, sem influência de fenômenos como o “La Niña” ou “El Ninõ”.
Fonte: Globo Rural