Relatório sobre leite e o desenvolvimento socioeconômico foi apresentado na reunião anual em Paris, junto com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)
O desenvolvimento do setor lácteo proporciona consideráveis benefícios para governos, comunidades, agricultores e população, em termos de criação de renda e emprego nos respetivos países, diz um relatório da Global Dairy Platform (GDP).
É o mais recente relatório que utilizou a ferramenta Metodologia do Impacto dos Lácteos (DIM) e encontrou diversos pontos interessantes que vão de encontro com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).
O relatório mostra que mais de 110 milhões de agricultores em todo o mundo são beneficiados diretamente com a pecuária de leite, criando empregos e oportunidades de negócios ao longo das cadeias de valor e fornecendo o nutritivo leite, bem como os derivados para mais de seis
bilhões de consumidores.
Também, à medida que a renda nacional cresce, conforme mostrado pelo Produto Interno Bruto (PIB), a estrutura do setor lácteo muda, passando a ter menor número de fazendas com rebanhos maiores, e animais de maior produtividade. À medida que a produção média de leite aumenta (indicativo do desenvolvimento do setor lácteo), uma proporção menor da população vive em fazendas leiteiras, e aqueles que o fazem ganham mais com o empreendimento.
Menor quantidade de pessoas trabalham nas fazendas e maior força de trabalho vai para o setor industrial. A renda de ambos cresce. A oferta e o consumo per capita de leite aumenta. O preço no varejo tende a cair, tanto em termos reais, quanto em relação aos salários médios.
Ao mesmo tempo, maior proporção da produção de leite é canalizada para o mercado formal, fazendo crescer os tributos com a venda do leite e dos produtos lácteos, conclui o relatório.
O resumo observa: ”o relatório explora relações entre o desenvolvimento do setor lácteo e vários indicadores sociais ligados ao leite e à pecuária leiteira. Os indicadores ao nível de país compreendem 97 variáveis estatísticas coletadas em 187 países e territórios em diferentes regiões do mundo, com representação de economias de renda baixa, média baixa, média alta e alta. Um estudo transversal com base no ano de 2018, o desenvolvimento do setor de laticínios foi avaliado através do rendimento médio do leite e indicadores relacionados que abordavam aspectos como as condições de vida dos produtores de leite, o emprego nas indústrias processadoras de leite, o consumo de leite e de produtos lácteos e os benefícios para os governos. Graças a esses benefícios o setor lácteo pode contribuir para alcançar os seguintes ODS: eliminação da pobreza (ODS1); fome zero (ODS2); saúde e bem-estar (ODS3); educação de qualidade (ODS4) e trabalho digno e crescimento econômico (ODS8). Durante o processo de transformação do setor lácteos muitos agricultores foram se movendo para outros setores como funcionários, mas para alguns isso pode ser uma compensação pelos benefícios da transformação setorial que deve ser gerenciada. Muitos empregos foram criados ao longo da cadeia de valor, fornecendo oportunidades de crescimento profissional para a população”.
O relatório, no entanto, alertou: “se não for tomado o devido cuidado, a evolução da cadeia láctea pode vir acompanhada de externalidades negativas que poderão anular as inúmeras vantagens sociais obtidas. Por exemplo, oportunidades alternativas de empregos devem ser criadas para aqueles que deixarem o setor, e observar os danos ambientais que poderão advir da concentração da produção. O desenvolvimento do setor lácteo deve abranger todas as dimensões da sustentabilidade”.
Fonte: Dairy Industries (traduzido)