Perspectiva é de queda na produção no último trimestre de 2023, com reflexos no início de 2024
A queda acumulada no preço do leite no Brasil este ano associado ao aumento nos pagamentos realizados pelo Bolsa Família devem contribuir para retomada da demanda nacional, destaca a Embrapa em nota de conjuntura sobre o setor divulgada nesta quarta-feira (22/11).
“As taxas de desemprego, número de pessoas ocupadas e massa de salários estão em patamares favoráveis. Além disso, os preços dos lácteos mais baixos e o grande volume de recursos do Bolsa Família contribuem para uma expansão nas vendas”, aponta o documento.
De acordo com IPCA medido pelo IBGE, o leite longa vida acumula deflação de 6,11% nos dez primeiros meses deste ano. Ao produtor, o preço médio pago pela matéria prima acumula cinco meses consecutivos de queda, comprometendo as margens da atividade.
“Produtores menores já recebem pelo leite vendido preços inferiores a R$1,80 o litro em diversos estados, o que não remunera a atividade”, destaca a Embrapa. De acordo com a Empresa, a desvalorização é reflexo do aumento das importações, que somaram 1,766 bilhão de litros de leite equivalente no período, uma média mensal de 176 milhões de litros.
Com isso, as perspectivas são de queda na produção neste último trimestre de 2023, com reflexos também no início de 2024, de acordo com análise da Embrapa. “É provável que essa produção siga fraca também no último trimestre e início de 2024, o que poderá voltar a sustentar os preços”, conclui o boletim.
Fonte: Globo Rural