Elevação acumulada em 2023 supera em dez pontos percentuais a de 2022, aponta o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic)
As importações brasileiras de lácteos (leite, creme de leite e laticínios, exceto manteiga ou queijo) encerraram o ano de 2023 com alta de 74,2% ante as totalizadas em 2022.
Alvos de protestos, manifestações públicas e articulações políticas, que envolveram toda a cadeia produtiva, as compras totalizaram a 231,3 mil toneladas de janeiro a dezembro, e os desembolsos, 853,62 milhões de dólares (+66%).
Os produtos, que elevaram a oferta às indústrias e derrubaram os preços da matéria-prima no mercado interno, provêm, em maioria, de países pertencentes ao Mercosul, cujas operações são isentas da Tarifa Externa Comum (TEC). O valor pelo quilo comercializado no período teve redução de 4,7%, fechando a 3,69 dólares, conforme os dados consolidados pela plataforma Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
As importações brasileiras de lácteos (leite, creme de leite e laticínios, exceto manteiga ou queijo) encerraram o ano de 2023 com alta de 74,2% ante as totalizadas em 2022. Alvos de protestos, manifestações públicas e articulações políticas, que envolveram toda a cadeia produtiva, as compras totalizaram a 231,3 mil toneladas de janeiro a dezembro, e os desembolsos, 853,62 milhões de dólares (+66%).
Os produtos, que elevaram a oferta às indústrias e derrubaram os preços da matéria-prima no mercado interno, provêm, em maioria, de países pertencentes ao Mercosul, cujas operações são isentas da Tarifa Externa Comum (TEC). O valor pelo quilo comercializado no período teve redução de 4,7%, fechando a 3,69 dólares, conforme os dados consolidados pela plataforma Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
As informações também denotam que o Brasil fechou o segundo ano consecutivo com alta na aquisição externa de lácteos, principalmente com origem no Uruguai e na Argentina. Em 2022, o país importou 514 milhões de dólares e acumulou um crescimento de 64% ante os 12 meses de 2021, ou seja, dez pontos percentuais a menos que o resultado acumulado em 2023 sobre o ano anterior.
A Argentina consolidou-se como líder nas remessas ao Brasil, com participação de 45,5% no total de produtos lácteos importados pelos brasileiros no ano passado. O incremento é de 40% em relação ao ano anterior, com faturamento de 388 milhões de dólares – acréscimo de 111 milhões de dólares sobre os negócios de 2022.
Entretanto, o Uruguai deu um salto ainda maior, com variação de 87,7% nos negócios realizados de um ano para outro. O país faturou 354 milhões de dólares, mais 166 milhões de dólares que em 2022, abocanhando uma fatia de 41,5% das transações.
O estado São Paulo foi o que mais importou lácteos em 2023 (26,8%). O desembolso foi de 229 milhões de dólares, quantia 64,8% maior que a aplicada em 2022. Santa Catarina está na segunda posição, com aquisições que somam 168 milhões de dólares (+54,9%) e participação de 19,7%. Já o Rio Grande do Sul gastou 154 milhões de dólares com as importações. As compras gaúchas foram 26,8% maiores que as de 2022, e o Estado responde por 18% do total comprado nos últimos 12 meses.
Exportações em queda
Na mão inversa, o Brasil reduziu a renda com as exportações de lácteos em 11,1% no acumulado de 2023 em comparação ao de 2022. O saldo ficou em 87,53 milhões de dólares ( 7,1% em volumes – 36,4 mil toneladas, e 4,4% em preço – 2,4 dólares por quilo).
O principal destino dos embarques brasileiros foi os Estados Unidos. O país encerrou o ano com participação de 38,8% no volume total comercializado pela indústria nacional, com um aumento que chegou a 20,2% em relação ao ano anterior.
O principal estado exportador de lácteos foi São Paulo, com participação de 29,5% nas remessas e embarques que renderam 25,8 milhões de dólares no período. O estado do Amapá, por sua vez, foi o que obteve a maior variação anual, crescendo 182,4% de um ano para o outro. O salto veio com a venda de 12,1 milhões de dólares e uma participação de 13,8% do total de lácteos exportados pelo Brasil nos doze meses do ano passado.
Produtor pede políticas públicas
O vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), Eugênio Zanetti, diz que 2023 foi desafiador pela conjunção de estiagem no verão e pelas enchentes provocadas pelo El Niño ao longo do ano, agravado pela entrada massiva de lácteos do Mercosul, sem ações governamentais efetivas.
A gente precisa com urgência de programa de Estado, que atravesse governos, com ações efetivas de curto, médio e longo prazos, com planejamento estratégico e um horizonte para o futuro da cadeia leiteira”, disse.
Para 2024, Zanetti acredita em tendência de melhoria no setor a partir de março, com retomada do consumo, principalmente pela volta das atividades escolares. “Parece que o mercado vai se regular por conta própria. No ano passado, se o produtor esperava alguma medida do governo ficou a ver navios”, falou.
Fonte: Correio do Povo