Federação Internacional de Lacticínios (IDF) e Associação Europeia de Lacticínios (EDA) promovem evento oficial online, paralelamente à COP 28, com o tema “Como os alimentos de origem animal nutrem o mundo em tempos de alterações climáticas”
Representantes de quase 200 países estão reunidos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para coordenar ações globais climáticas na 28ª Conferência do Clima da ONU (COP 28).
O evento, que começou em 30 de novembro, tem por objetivo fornecer uma abordagem holística e equilibrada sobre nutrição, sustentabilidade econômica e social e ação climática dentro dos sistemas agroalimentares. Também visa destacar a importância dos alimentos de origem animal terrestre para dietas nutritivas saudáveis, apoiar a sustentabilidade alinhada aos objetivos da ação climática e enfatizar a inclusão de alimentos de origem animal láctea e terrestre nos programas de alimentação escolar.
Uma contribuição importante foi da diretora da divisão de Alimentação e Nutrição da FAO, Dra. Lynnette Neufeld que explicou: “Há evidências substanciais de que o leite e os produtos lácteos têm resultados positivos para a saúde em todas as fases do curso da vida. Os alimentos de origem animal fornecem nutrientes essenciais importantes em formas altamente biodisponíveis, variando de acordo com a espécie animal, sistemas de alimentação, raça e ambiente de produção.”
Já o vice geral do IICA, Lloyd Day, reafirmou que o papel dos alimentos de origem animal nos programas de alimentação escolar é uma maneira insubstituível pela qual os países podem manter a nutrição e o crescimento das crianças
Gerente da Fundação NDDB, Smriti Singh, destacou que “os programas de leite escolar garantem mercados garantidos para o leite em geografias distantes e renda estável para os agricultores locais”, ela disse, e deu números concretos: “7% de diminuição em crianças de baixa estatura, 24% de aumento nos resultados de QI, 10% de aumento na frequência escolar”.
Jeanette Coombs-Lanot, Diretora de Advocacy de Sustentabilidade da Danone, falou sobre a relação entre nutrição e ação climática e como os laticínios são parte das soluções. Ressaltou o projeto da empresa para transformar a agricultura de leite em todo o norte africano e que levou ao empoderamento de 13 mil pequenos produtores de leite e ao fortalecimento da cadeia de fornecimento de leite.
Reforçando as ideias que estão sendo discutidas na COP 28 e também com a Federação Internacional de Lacticínios (IDF) e a Associação Europeia de Lacticínios (EDA) , a Tetra Pak, multinacional sueca que fabrica embalagens para alimentos, publicou um artigo em novembro de 2023 intitulado “Como os sistemas alimentares globais poderiam sustentar melhor nosso planeta e seu povo até 2040?”
O objetivo da publicação é contribuir para a transição por meio de tecnologias de processamento de alimentos e soluções de embalagem, impulsionado por quatro caminhos: 1)Permitir a transição para uma produção leiteira mais sustentável;2) Inovar fontes de alimentos;3) Reduzir a perda e o desperdício de alimentos; 4) Ampliar o acesso à nutrição segura por meio de embalagens sustentáveis de alimentos.
Segundo o artigo, o planeta precisa alimentar e nutrir 9,2 bilhões de pessoas até 2040 (ou seja, 1,2 bilhão a mais do que hoje), enquanto a humanidade precisa alcançar reduções significativas nas emissões de gases de efeito estufa (GEE), bem como proporcionar melhorias nas condições ecológicas do planeta para sustentar as gerações futuras.
Prevenir a perda de alimentos e utilizar o desperdício através da promoção dos princípios da economia circular. Adotar o fornecimento de energia de baixo ou nenhum carbono acessível e amplamente disponível para reduzir drasticamente as emissões em toda a cadeia de valor alimentar. Essa mudança depende fortemente do progresso feito na transição energética global para a descarbonização, que engloba a crescente adoção de fontes de energia renováveis e livres de carbono, por exemplo, energia solar, eólica e nuclear.
São igualmente necessárias condições equitativas para que as empresas, através de práticas como a verdadeira contabilidade de custos, tenham em conta melhor os custos ambientais e sociais, bem como proporcionem salvaguardas às comunidades vulneráveis e aos pequenos agricultores.
Alinhada a essas considerações, a Tetra Pak se concentra em permitir a transição para práticas leiteiras mais sustentáveis, abordando o impacto ambiental do processamento de laticínios, ao mesmo tempo em que apoia a produtividade, a lucratividade e os meios de subsistência dos pequenos agricultores.
Debates como os que estão ocorrendo na COP 28 e eventos como o da Federação Internacional de Lacticínios (IDF) e a Associação Europeia de Lacticínios (EDA) são fundamentais para implementação dos objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e Acordo de Paris no que se refere aos sistemas sustentáveis.
A COP 28 termina no dia 12 de dezembro.
Fonte: Adaptado do site Terra Viva.